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A dimensão de gênero na biodiversidade: o que esperar da COP16
A Convenção da Diversidade Biológica (Convention on Biological Diversity, em inglês, cuja sigla é CBD) - órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) -, reconhece, em seu preâmbulo, “o papel vital que as mulheres têm na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica e afirma a necessidade da participação total das mulheres em todos os níveis de formulação e implementação de políticas de conservação da diversidade biológica”. Nesse aspecto, é necessário reconhecer as dimensões de gênero na discussão de biodiversidade, sobretudo diante da Conferência das Partes da CBD, chamadas de COPs da Biodiversidade.
Este ano, a 16ª COP da Biodiversidade será realizada entre os dias 21 de outubro e 1 de novembro de 2024 em Cali, na Colômbia. Qual a importância de pautar gênero em discussões sobre biodiversidade? O que os países já avançaram em torno da intersecção entre biodiversidade e gênero? O que esperar para o evento deste ano? Respondemos tudo nesta pesquisa da EmpoderaClima.
Empregos verdes: um caminho para a igualdade de gênero na América Latina?
A criação de empregos verdes representa uma grande oportunidade para reduzir a diferença de gênero na América Latina. Em todo o mundo, a desigualdade de gênero tem sido um problema generalizado há séculos, afetando o acesso das mulheres à educação, às oportunidades econômicas e aos papéis de liderança, e na região da América Latina a situação não é diferente. De acordo com a ONU Mulheres, há 122 mulheres com idade entre 25 e 34 anos vivendo na pobreza para cada 100 homens. À medida que a região enfrenta os crescentes impactos das mudanças climáticas, fica claro que as mulheres carregam um fardo desproporcional devido à sua condição socioeconômica e aos papéis tradicionais na sociedade. A participação das mulheres em empregos verdes é vital para que a região alcance um desenvolvimento sustentável real, garantindo um futuro mais verde e mais equitativo para todos.
Estado natal da EmpoderaClima está enfrentando um desastre climático e precisa de ajuda
Neste momento, o Rio Grande do Sul (RS), estado no extremo sul do Brasil, com extensão territorial de quase 282 mil km² (maior que a área de todo o Reino Unido, por exemplo), está passando pelo maior desastre climático da sua história – e um dos maiores do país. O desastre é resultado das mudanças extremas do clima e da omissão de políticas públicas sistêmicas que considerem o meio ambiente e a adaptação climática. Previsões meteorológicas adversas, aliadas à sua intensificação e frequência devido às mudanças climáticas, levaram ao cenário em que nos encontramos até a publicação deste artigo, dia 11 de maio: 136 mortos, 756 feridos, 141 desaparecidos, cerca de 71 mil pessoas estão em abrigos e outras 339 mil tiveram que deixar suas casas. De acordo com a Defesa Civil, de uma população de um pouco mais de 10 milhões de pessoas, 1,9 milhão foram afetadas - para referência, a cidade estadunidense de San Diego, na Califórnia, conta com cerca de 1,3 milhão de habitantes.
Mulheres, Paz e Segurança... E Mudanças Climáticas
Ao discutir a relação entre a agenda "Mulheres, Paz e Segurança" (MPS) e a mudança climática, devemos ter em mente duas premissas: primeiro, que a mudança climática e a segurança são questões de gênero e, segundo, que a mudança climática é um multiplicador de riscos à segurança que também deve ser considerado uma questão de segurança. Este artigo explora a inclusão de ameaças causadas por um clima global de constante mudança dentro do quadro de MPS no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e o que isso poderia significar para o futuro da segurança climática e de gênero.
Março, o mês das mulheres, e também das soluções para a crise climática
As soluções para a crise climática demandam representatividade. A inclusão de grupos diversos da sociedade, principalmente os que estão na linha de frente dos impactos de desastres ambientais. A representatividade é efetiva para solucionar a crise climática, pois aumenta as possibilidades e expande as perspectivas de soluções. Em comemoração ao mês de março das mulheres, trazemos a perspectiva da equidade de gênero com base no histórico da liderança feminina em COPs anteriores, criação de expectativas para a próxima COP e próximos arranjos institucionais sobre o clima.